Hospital Unimed de Petrolina realiza com sucesso primeira cirurgia no cérebro com o paciente acordado

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Foto Divulgação
Por Carlos Laerte

O Hospital da Unimed de Petrolina (HUP), realizou, pela primeira vez no Vale do São Francisco, a cirurgia no cérebro com o paciente acordado – a chamada ‘awake craniotomy’. O procedimento, para retirada de tumores em áreas eloquentes (da fala, movimentos, memória, audição e visão), aconteceu na última quarta-feira (21), com um paciente do sexo masculino de 64 anos, que passa bem e sem quaisquer sequelas.

De acordo com o médico Ricardo Brandão, neurocirurgião responsável pelo procedimento que levou quase 6 horas para conclusão, a craniotomia acordada é considerada uma cirurgia bastante complexa que requer uma equipe bem experiente e entrosada, sobretudo anestesista de alto padrão. “Além disso, muita tecnologia envolvida e drogas anestésicas mais modernas”, acrescentou. Também fizeram parte da cirurgia inédita na região, um instrumentador, um neurofisiologista, anestesista principal e mais dois anestesistas, enfermeiro e técnicos de enfermagem.

Ainda segundo Ricardo Brandão, a cirurgia no cérebro com o paciente acordado, representa um avanço enorme para região, pois aumenta sobremaneira a segurança do paciente que tem lesões cerebrais (tumores, aneurismas) localizados em áreas mais eloquentes, diminuindo drasticamente as chances de sequelas.

“Tradicionalmente se faz esse tipo de procedimento com o paciente sob anestesia geral inconsciente em todo o tempo da cirurgia. Dessa forma só sabemos que o paciente tem sequelas quando ele acorda e nesse momento não temos mais como reverter. Com o paciente acordado, sabemos em tempo real se estamos trazendo algum dano a ele ou não. O neurofisiologista está todo o tempo monitorizando isso e comunicando ao cirurgião principal o que está ocorrendo”, ressaltou.

Internado para exames e cuidados médicos, o paciente disse que não sentiu dores ou qualquer outro incômodo durante a cirurgia, além de interagir com a equipe médica na realização de testes neurocognitivos, motores e de linguagem. O paciente teve alta hospitalar no último sábado (24), três dias após o procedimento, e de volta à casa e ao convívio com a família e os amigos, comemorou: “Se soubesse antes que seria tão tranquila e segura essa cirurgia eu já teria feito. Recomendo para as pessoas que estão precisando e agradeço a Deus e a equipe médica por tudo“, concluiu.