Juazeirense nadou, nadou. para morrer na praia

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Foto: Carlos Humberto

Juazeirense nadou, nadou,  para morrer na praia

Por Carlos Humberto

Uma goleada histórica na Arena Cajueiro, na última rodada da primeira fase do Campeonato Estadual, adiou mais um ano o sonho da Juazeirense de alcançar o topo do futebol baiano conquistando o primeiro título de campeão do estado. Para um time que liderou grande parte da competição, faz lembrar a história do sobrevivente de um naufrágio que nadou, nadou e morreu na praia. E registre-se que em Feira de Santana não tem praia.

Para o torcedor do time do Norte da Bahia, digerir os efeitos do abissal e inesperado tombo vai precisar de tempo e uma mãozinha do Sobrenatural de Almeida, personagem criado pelo dramaturgo pernambucano Nelson Rodrigues.

Justificar que perdeu a vaga praticamente ganha apenas nos detalhes do regulamento que não lhe favoreceu no saldo de gols – terminou com menos três em relação ao Jequié –, se torna um discurso vago, sem argumentos para fundamentar os erros cometidos ao longo da campanha, englobando planejamento, peças de reposição para disputar competições paralelas e as escolhas nem sempre as melhores.

Mas, para quem acompanha futebol, sabe que tudo faz parte do ambíguo processo profissional/amador e poderia ser absorvido se servisse de espelho para os próximos trabalhos. No entanto, na maioria das vezes, como nossos dirigentes planejam olhando para o umbigo, o risco de no próximo ano continuar igual para ver como é que fica é muito grande.

No entanto, se foi decepcionante a queda no Baianão, alguns sinais de revitalização aparecem ao longe na administração controladora do simpático Cancão de Fogo, pássaro que adotamos carinhosamente, embora não o conheçamos, começando pela tímida, mas talentosa renovação de alguns nomes do elenco deste ano. É pouco, mas já é um começo.

Quanto a Copa do Nordeste, essa é outra história.