Lançamentos de novas tecnologias e projetos marcam Semiárido Show 2025
Ascom
O lançamento de novas tecnologias e projetos marcou o primeiro dia de atividades da 11ª edição do Semiárido Show nesta terça-feira (26), em Petrolina (PE). Na abertura do evento, que acontece até dia 29 na Embrapa Semiárido, foram anunciados os lançamentos do feijão-comum biofortificado BRS FC409 e dos projetos Sal da Terra e Sara, voltados para dessalinização e reuso de água.
Os participantes do evento poderão conhecer a cultivar BRS FC409 plantada na vitrine de tecnologias do evento, além de degustações no stand da Embrapa nesta terça e quarta-feira. A cultivar de feijão carioca possui altos níveis de ferro e zinco em sua composição, além de demonstrar boa produtividade no campo e resistência a doenças em seu cultivo. Resultado de trabalho de melhoramento genético em parceria entre Embrapa Arroz e Feijão, Embrapa Tabuleiros Costeiros e a empresa Beckman Sementes, o BRS FC409 chega como alternativa para produtores das regiões Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul.
Para a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, a vitrine de soluções apresentadas no evento evidencia a diversidade de oportunidades para a agricultura em regiões de clima seco. “Nunca vimos o Semiárido como terra de impossibilidades, mas sim de resiliência, de biodiversidade e riqueza cultural. Aqui no Vale do São Francisco vimos florescer uma fruticultura que faz exportar produtos para mais de 50 países. Uma prova de que a Ciência, caminhando ao lado dos produtores, pode mudar vidas”, destacou ela.
Projetos para dessalinização e reuso de água
A abertura do Semiárido Show trouxe também o anúncio de lançamento dos projetos Sal da Terra e Sara. O Sal da Terra visa promover pesquisas em agricultura biossalina no Semiárido, como tecnologia social integrada ao processo de dessalinização para acesso à água, produção de alimentos e geração de renda em região atendida pelo Programa Água Doce, do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. O projeto deve mobilizar cerca de R$ 20 milhões em recursos, em parceria entre Embrapa, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Financiadora Estudos e Projetos (Finep).
Já o projeto Sara, que será desenvolvido pela Embrapa em parceria com MCTI, Finep e Instituto Nacional do Semiárido (INSA), será voltado ao saneamento ambiental e reuso de água em sistemas agroflorestais. “São tecnologias sociais que vão gerar renda, saúde, alimentação. Mostram que ciência e tecnologia são fundamentais para que programas sociais alcancem resultados”, destacou Sônia Costa, diretora de Tecnologia Social, Economia Solidária e Tecnologia Assistiva do MCTI na solenidade de abertura.
50 Anos da Embrapa no Nordeste
O primeiro dia de Semiárido Show contou também com atividade em celebração aos 50 anos de atuação da Embrapa na região Nordeste. Seis unidades descentralizadas da empresa comemoram cinco décadas de existência em 2025: Embrapa Algodão, Embrapa Caprinos e Ovinos, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Embrapa Meio-Norte, Embrapa Semiárido e Embrapa Tabuleiros Costeiros.
Para marcar a data, o stand da Embrapa traz exposição que traz, em painéis organizados em cubos, informações sobre as linhas de atuação e contribuições da empresa para a região. A primeira apresentação da exposição contou com a presença de gestores das seis unidades, da presidente da Embrapa Silvia Massruhá e da diretora diretora-executiva de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia, Ana Euler.
“Convidamos todos os visitantes a conhecer essas tecnologias aqui no evento, que são resultado de pessoas que ao longo de 50 anos se empenharam para transformar conhecimento em benefício para a sociedade”, afirmou a pesquisadora Ana Clara Cavalcante, chefe-geral da Embrapa Caprinos e Ovinos.
Parceiros da Embrapa também destacaram os resultados dos 50 anos de contribuição da empresa para o desenvolvimento no Semiárido brasileiro. “Nos últimos 50 anos, a região passou por uma transformação que foi possível por políticas públicas que passaram a focar o paradigma da convivência, a partir dos nossos povos. E a Embrapa teve esta sensibilidade, de articular conhecimento científico ao saber popular”, ressaltou Cícero Félix, coordenador institucional do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA). “Existe uma Petrolina antes e depois da Embrapa, a presença da empresa na cidade é um divisor de águas. Devemos muito ao que foi alcançado nos últimos 50 anos”, frisou o prefeito de Petrolina, Simão Durando.