Da Redação
A Seleção Brasileira Sub-20 protagonizou neste sábado (4) um dos capítulos mais dolorosos de sua história nos Mundiais da categoria. Com a derrota por 1 a 0 para a Espanha, no Estádio Nacional de Santiago, no Chile, o Brasil foi eliminado ainda na fase de grupos da Copa do Mundo Sub-20 — algo inédito nas edições em que participou desde a criação do torneio pela FIFA em 1977.
Sob o comando do técnico Ramon Menezes, a equipe encerrou sua participação no Grupo C na lanterna, com apenas um ponto conquistado em três jogos. A campanha começou com empate por 2 a 2 contra o México, seguido por derrota de 2 a 1 para o Marrocos. Precisando vencer os espanhóis para manter chances de classificação, o Brasil sucumbiu ao gol de Iker Bravo, da Udinese, logo no início do segundo tempo.
Além da eliminação precoce, o desempenho técnico e tático da equipe foi alvo de críticas. A ausência de nomes como Endrick, Estêvão e Vitor Roque — liberados por seus clubes por não se tratar de Data FIFA — foi sentida, e os principais destaques do elenco, como Wesley (Al-Nassr) e Luighi (Palmeiras), não conseguiram evitar o fiasco.
O técnico Ramon Menezes, que já havia comandado a equipe na eliminação nas quartas de final do Mundial de 2023 e na ausência nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, reconheceu o momento difícil:
“Todos estamos muito tristes. Foi a primeira vez que saímos na primeira fase. O torcedor fica chateado, mas às vezes não entende o contexto, a dificuldade. É pouco tempo para trabalhar, treinar. Corremos riscos. É levantar a cabeça”.
Pentacampeã do torneio (1983, 1985, 1993, 2003 e 2011), a Seleção Brasileira Sub-20 acumula agora 14 anos de jejum e vê sua hegemonia ameaçada por uma sequência de resultados decepcionantes. A pressão sobre a comissão técnica e a coordenação de base da CBF, liderada por Branco, aumenta, especialmente diante da mudança de gestão na entidade.
A eliminação no Chile não apenas interrompe o sonho do hexa, como também escancara os desafios na formação de talentos e na integração entre clubes e seleções. O Brasil, que já foi referência mundial na base, agora precisa repensar seus caminhos para evitar que o futuro repita os erros do presente.