Participação da comunidade marca a realização da XXXV Reunião Plenária do Comitê de Bacias Hidrográficas dos Rios Baianos

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Foto: Fabiana Diniz

Participação da comunidade marca a realização da XXXV Reunião Plenária do Comitê de Bacias Hidrográficas dos Rios Baianos

Com debates importantes para a região, CBH Sobradinho realiza reunião em Remanso (BA).

Texto e foto: Fabiana Diniz

A XXXV Reunião Plenária Ordinária do Comitê de Bacias Hidrográficas dos Rios Baianos do Entorno do Lago de Sobradinho (CBHLS), realizada no último dia 18, em Remanso, município localizado no Norte do estado, reuniu um público expressivo com participantes dos poderes públicos, usuários de água e sociedade civil. A Plenária foi marcada por debates aprofundados sobre turismo sustentável, impactos ambientais e a gestão das águas, reforçando o papel do comitê como ponte entre a comunidade, o poder público e as organizações.

Logo na abertura, o presidente do comitê, Francisco Ivan de Aquino, destacou a importância de levar a reunião para o município. “Estamos felizes por ver a casa cheia e colaborativa. Remanso é um município riquíssimo, por isso, trouxemos a plenária para cá. Nossa luta é buscar o diálogo e ser essa ponte entre todos os envolvidos nas nossas pautas”, afirmou.

Entre os temas discutidos, um dos mais relevantes foi o impacto das empresas de mineração e das energias solar e eólica nas comunidades locais. O deputado estadual Marcelino Galo participou das discussões, trazendo uma visão abrangente sobre os efeitos dessas atividades na região. A vice-presidente do comitê, Uilma Pesqueira, destacou a importância de aproximar a comunidade dessas discussões. “As plenárias volantes são fundamentais para fortalecer o conhecimento e a participação popular. São elas que permitem que a população tenha um conhecimento mais profundo do que o comitê faz e das ações que desenvolvemos”, explicou.

Outra pauta foi a criação da primeira Câmara Técnica de Educação e Mobilização Social, voltada para a promoção da educação ambiental nos municípios da bacia. Uilma reforçou que “tudo começa pela educação”, e que o comitê está empenhado em trabalhar com a comunidade para minimizar os impactos ambientais, especialmente os danos causados.

O turismo sustentável também foi amplamente discutido, com o palestrante Jomar Benvindo destacando que o desenvolvimento dessa atividade depende diretamente do envolvimento das comunidades locais. “A comunidade é o coração do sistema turístico, porque são essas pessoas que se movimentam pela cidade. Não podemos pensar no turismo sem participação e envolvimento dela”, afirmou Benvindo, ao enfatizar que o turismo deve ser uma ferramenta de desenvolvimento social e econômico.

Para Mariluzi Oliveira, professora e representante da comunidade Portal do Bioma Caatinga, localizada no município de Sento Sé, a plenária foi uma oportunidade de levar as reivindicações locais para a mesa de discussão. “Em momentos como este podemos trazer as nossas lutas para o campo das ideias, onde podemos dialogar e reivindicar nossos direitos”, disse

Queimadas: uma preocupação crescente no Brasil e no CBHLS

Enquanto o Brasil enfrenta uma crise ambiental crescente, com queimadas devastando diversas regiões, o tema também foi abordado na XXXV Reunião Plenária Ordinária do Comitê de Bacias Hidrográficas dos Rios Baianos do Entorno do Lago de Sobradinho (CBHLS).

Marcostony Souza, representante do Inema, destacou como as queimadas afetaram o solo. “As queimadas deixam o solo vulnerável, prejudicando a capacidade de infiltração de água. Isso compromete a recarga dos aquíferos e a regularidade dos rios, o que é uma preocupação central para nós do Comitê”, destacou.

A geógrafa, Thaís Guimarães, também demonstrou preocupação e reforçou que o momento é de união. ‘Precisamos ver com quem buscar ajuda, dar as mãos e buscar soluções para minimizar esses impactos que afetam não só a água superficial, mas a água subterrânea, a flora e a fauna”, completou. O comitê destacou a necessidade de integrar esforços entre o poder público, a sociedade civil e as ONGs para enfrentar os desafios causados ​​pelas queimadas, além de promover ações educativas e preventivas nas comunidades.