Última etapa do Campeonato Baiano de Remo 2024 acontece neste domingo, 08, na Praia da Ribeira, com apoio da Sudesb
Com o EC Vitória definido como o campeão deste ano, os atletas buscam melhorar suas marcas em uma etapa em tom de celebração à tradição da modalidade na cidade
Com uma origem que data 100 anos, o Campeonato Baiano de Remo de 2024 chega à sua última etapa neste domingo, 08, a partir das 10h, na Enseada dos Tainheiros, na Praia da Ribeira, na Cidade Baixa de Salvador. Ao todo, cinco clubes dentre tradicionais e novos com cerca de cem atletas disputam dez provas ao longo da manhã para o público no palanque oficial da Federação dos Clubes de Remo da Bahia (FCRB), à beira da Enseada, e na marcante balaustrada ao redor em busca da tradição da modalidade na região.
O Esporte Clube Vitória já se consagrou campeão pelo somatório de provas ganhas após as etapas de junho, julho e novembro. Mas, os atletas poderão ainda se testar e buscar as vitórias das dez provas para seus clubes. A programação inicia com a 2X senior e segue com 1X feminino peso leve; 4+ principiante; 1X junior; 2- sub-23; 2+ principiante; 4- sênior; 2- feminino principiante; 4X sub-23; e 8+ junior.
Os cinco times que compõem a disputa são: o Sport Club Santa Cruz, de 1904; o Vitória, de 1899; o Clube de Natação e Regatas São Salvador (CNRSS), de 1902; o Clube de Regatas Itapagipe, de 1902; e o Clube de Regatas Península, que tem sete anos, novo integrante da tradicional disputa dos clubes da região.
Circuito
Neste ano, assim como foi no ano passado, o campeonato conta com o fomento da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), autarquia da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre). Esse fomento à modalidade é importante para resgatar não apenas a disputa competitiva de clubes tradicionais no estado e no país, mas também de uma história, segundo Vicente Neto, diretor da Sudesb.
“Nosso compromisso é com o esporte da Bahia. Nós fomentamos diversas modalidades no estado, cada uma com sua história, competição e atletas específicos. No caso do remo, sabemos da importância histórica que a modalidade tem e cultural para uma região, na Ribeira, que sediam os principais clubes. Eles já trouxeram e seguem trazendo muita alegria e emoção para seus torcedores e os amantes do remo. Ficamos muito satisfeitos com a evolução das etapas com nosso apoio”, conta.
O presidente da FCRB, Adroaldo Junior, salienta o tamanho que o campeonato tem atualmente de estrutura e competitividade, que vêm melhorando ao longo das etapas graças às parcerias da Sudesb, a Confederação Brasileira de Remo (CBR) e o Península. “Agradecemos mais uma vez à Sudesb, que é nossa patrocinadora master por poder nos dar essa estrutura que temos hoje para conseguir realizar o campeonato. Mais uma vez essa parceria de sucesso para o esporte baiano e, principalmente, o remo. Sem esse apoio, não conseguiríamos fazer o campeonato dessa forma que temos hoje nos dias de regatas.”
Tradição
O remo ganhou força no início do século XX, por volta de 1904, na Bahia, especialmente nas águas da Enseada dos Tainheiros, área que se tornou um marco para essa modalidade. Segundo o historiador Murillo Mello, o remo se destacou como um símbolo da modernidade, por meio da busca pela velocidade e vigor físico dos atletas, que eram elementos chamativos para população.
“Era algo que encantava muito o homem do século XX. Então, o remo cai na graça do povo, mesmo mais praticado pela elite. A galera prestigiava. A Enseada dos Tainheiros era esse grande palco, uma Fonte Nova, digamos assim. Eu já fui lá assistir as regatas, por exemplo. É um evento, um momento”, comenta Murilo.
Em 1874 há registros da prática no estado de forma não organizada, mas com o passar do tempo clubes tradicionais surgiram, como o Santa Cruz, o Esporte Clube Vitória; o São Salvador. Esses times protagonistas da modalidade passaram a movimentar a cidade com suas disputas que eram acompanhadas pela população ou na orla ou em barcos – como uma espécie de “camarote flutuante”. Esses eventos eram grandes acontecimentos esportivos que contavam até com torcida.
Ao longo dos anos, o futebol foi tomando o lugar do remo como principal esporte de massa na Bahia, uma transição impulsionada pela acessibilidade do futebol em comparação ao remo, que inclui equipamentos específicos e locais adequados para a prática, de acordo com o historiador. Ainda hoje a tradição segue viva e vai receber novos capítulos com a nova etapa do Campeonato Baiano de Remo de 2024 neste domingo, às 10h.
“Como todos sabem, o remo baiano é uma tradição de mais de cem anos na Ribeira. Neste período, nunca deixamos de fazer a competição, nos últimos anos, com mais dificuldade em conseguir atletas. Mas, conseguimos manter essa tradição e buscamos projetos para prolongar nossas competições e a prática”, finaliza o presidente da FCRB.
Ascom Sudesb
Maurício Viana e Madson Souza / Créditos: Maurício Viana/Ascom Sudesb