Situação do Adauto Moraes reflete o esvaziamento de qualquer sentido histórico e apego à nossa cultura
Da Redação
O professor, escritor e radialista Tony Martins se manifestou sobre o texto escrito pelo jornalista Carlos Humberto e publicado no site Agência CH na segunda-feira, e respaldado no seu conhecimento e condição de defensor da rica cultura de Juazeiro, enviou para a redação um texto com profunda reflexão sobre a participação do estádio Adauto Moraes em vários momentos
Diz Tony Martins:
“Primeiramente seu texto é, ao mesmo tempo, um fato e uma opinião, que revela uma situação pela qual passamos. Portanto, pertinente.
Mas, o que podemos dizer é que as pessoas que administram o município são esvaziadas de qualquer sentido histórico e apego à nossa cultura. Refiro-me ao descaso em que se encontram os nossos símbolos culturais e esportivos: quadra do Franvale; Sociedade 28 de Setembro; Clube dos Artífices; e, claro, o próprio estádio municipal.
Na verdade, não há acervo nem memória, tão pouco cuidado com os equipamentos públicos. Para quem não sabe, o criticado Adauto Moraes completará 84 anos em 2 de abril desse ano. Nesse campo foi o local em que o jogador Lourinho fez o gol mais rápido do mundo em 1973, local em que a torcida juazeirense assistiu a seleção local fazer três a zero no Bahia, primeiro campeão nacional, palco para shows de artistas renomados como Roberto Carlos e Agnaldo Timóteo, e recebeu a Seleção de Master do Brasil. Foi no Estádio Adauto Moraes que o Juazeiro Social Clube realizou seu primeiro jogo profissional, vencendo o Estrela de Março em 16 de agosto de 1995 e anos depois decidir um título estadual contra o Bahia. Nem mesmo a reveladora pujança da Juazeirense que realizou duas memoráveis Copa do Brasil, serviu para que os administradores municipais pudessem melhorar as condições do nosso estádio.
É um paradoxo total ver um representante do município, de maneira grandiosa, enfrentar as grandes equipes do futebol brasileiro, tendo um gramado impraticável todos os anos.
O descaso para com o maior equipamento esportivo do município é uma bola rolando na marca fatal para os críticos e detratores de plantão. No entanto, nada disso justiça a imagem de abandono do campo por onde brilharam grandes craques que escreveram a história do futebol de Juazeiro.